A história fotográfica de Brusque na Internet

O sobrevoo do dirigível alemão em Brusque e no Brasil

Muita gente já viu a imagem do dirigível alemão Hindenburg sobrevoando Brusque, no dia 01 de dezembro de 1936.
Mas você sabe em detalhes como aconteceu esse episódio marcante de nossa história? Qual era o tamanho desse dirigível?

Buscamos informações em diversos sites (listados no fim da matéria) e compilamos aqui as informações sobre essa visita histórica em Brusque.

1) Contribuições do grupo Curto Fotos Antigas de Brusque, no Facebook:

O Cônsul Carlos Renaux viajou a bordo do Graf Zeppelin em 1932/33, de Hamburgo (Alemanha) ao Rio de Janeiro.
A viagem durava 3 dias (5000 milhas). Saiu da Alemanha, passou pelo Cabo Verde, Fernando de Noronha, Recife, Salvador e finalmente chegou ao Rio de Janeiro, e foi registrada em vídeo (LINK DO VÍDEO1 e LINK DO VÍDEO 2).

Cônsul Carlos Renaux no Graf Zeppelin
Cônsul Carlos Renaux no Graf Zeppelin em 1932.

Mais imagens de divulgação das viagens do Zeppelin entre a Alemanha e a América do Sul:

    

 

2) Hindenburg em Brusque - Blog de Adalberto Day (link)

Gosto de contemplar fotos antigas de Brusque e de nossa gente.  Aquela do dirigível Hindenburg, sobrevoando casarão do cônsul Carlos Renaux - hoje praça Barão de Schnéeburg – é uma das que mais me impressiona, pela feliz oportunidade do flagrante. O episódio ficou gravado na memória brusquense como “a passagem do Zeppelin”, nome do primeiro dirigível e que popularizou esse tipo de aeronave.
O flagrante fotográfico da “majestosa aeronave” foi colhido por volta das cinco horas, do dia 1º de dezembro de 1936. Conforme registro do jornal O Rebate, aquela histórica manhã começava cheia de luz, quando do quadrante norte surgiu um ponto luminoso e, “suavemente, como que deslizando no ar, soberbo, magnífico, o Hindenburg voava sobre nossa cidade.”
Em seu entusiástico editorial do dia cinco, o semanário traduz toda a emoção que tomou conta dos brusquenses: “Braços se erguem numa saudação, lenços se agitam, vozes se erguem, numa homenagem à vitória do gênio criador da mais bela concepção aeronáutica de nossa época”.

O periódico concorrente - O Progresso - também se revelou entusiasmado com o prodígio tecnológico germânico. Não devemos esquecer que Hitler havia chegado ao poder em 1933 e, em nossa região, havia muitos simpatizantes do regime nazista e de suas idéias expansionistas. Ideologias à parte, a verdade é que o jornal começou seu editorial dizendo que “Brusque assistiu, na manhã de 1º de dezembro o (sic) deslumbrante espetáculo da visita do soberbo dirigível Hindenburg”.
O texto não difere muito daquele publicado pelo O Rebate, na descrição do grande acontecimento, que emocionou a população brusquense, desde a véspera, avisada sobre a passagem do “Zeppelin”. Confirmando o horário das cinco horas da manhã, O Progresso assim registrou o histórico sobrevôo: “Sereno, como que deslizando suavemente, aparece logo depois, a todos os olhares, o gigantesco dirigível, que honra o gênio inventivo do povo alemão. Lenços se agitam, palmas reboam, frases de entusiasmo se ouvem sobre a cidade”.  
Com seus 248 metros de comprimento, 41 de largura e capacidade para 97 pessoas, entre tripulantes e passageiros, o Hindenburg era considerado um colosso da indústria aeronáutica alemã. Por isso, era utilizado como um instrumento da propaganda nazista para demonstrar o avanço tecnológico do III Reich e a superioridade da raça ariana. Assim, não foi por mera coincidência que O Progresso tenha anotado que, quando o imenso dirigível sobrevoou o centro da cidade, ostentando a cruz suástica em sua parte traseira, centenas de braços se ergueram “numa saudação expressiva”.
O editorial não é explícito, mas é fácil deduzir que a “saudação expressiva”, significava braços direitos levantados numa inclinação de 45°, mãos abertas e possíveis gritos fanáticos de “Heil Hitler”.
Apesar de toda a propaganda nazista, o dirigível Hindenburg foi tomado pelo fogo, no ano seguinte. Naquele momento, talvez poucos tenham percebido. Mas, o fantástico incêndio do Hindenburg, em Nova Iorque, com passageiros e tripulantes lançando-se ao solo como se fossem tochas humanas, já deveria ser visto como o prenúncio da maior tragédia sofrida pela Humanidade. Ao final da II Guerra Mundial, a Alemanha nazista terminava seus dias completamente arrasada e com suas principais cidades em chamas.

3) Revista AERO Magazine (link)

Na última viagem realizada naquele ano pelo aeróstato D-LZ129 ao Brasil, a tripulação do enorme dirigível, já impulsionado por quatro motores Daimler-Benz DB 602 (diesel) de 16 cilindros e 1.320 hp, aproveitou-se para promover um tour de boa vizinhança, percorrendo uma rota que sobrevoaria algumas pequenas cidades fundadas menos de um século antes por imigrantes alemães em Santa Catarina. Em uma entrevista a um jornal catarinense, Otto Kuchenbecker, recorda-se do dia 1º de dezembro de 1936, quando o gigantesco Hindenburg aproximou-se, lenta e silenciosamente, das cercanias de Brusque, onde morava, voando a pouco mais de 300 m de altura e refletindo intensamente ao longo dos 250 m de comprimento do invólucro de tecido de algodão, os primeiros raios de sol. Ao deparar-se com aquele charuto colossal prateado pairando sobre sua cabeça, muita gente em terra caiu em prantos, saudando com os lenços brancos a aproximação da aeronave. Muitos, contudo, se assustaram.

A passagem do Hindenburg por Blumenau foi saudada efusivamente pelas sirenes das fábricas e pelos sinos de igrejas. A jovenzinha Irany Alice, a quem chamavam pelo apelido de "Nini", filha mais moça de dona Clara Zimmermann, uma "alemãzona sacudida" com grandes olhos azuis, até aquele dia não tinha visto sequer um avião que fosse em sua vida rude de descendente de imigrantes. Diante da imagem aterradora que encobria "uma parte dos céus da cidade", Nini tratou rapidamente de esconder-se enquanto ainda era tempo, convencida de que o mundo "iria acabar" naquele dia...

4) Zeppelin em Blumenau  - Blog de Adalberto Day (link)

Blumenau acordou mais cedo naquele dia 1º de julho de 1934. Ainda de madrugada, milhares de pessoas, ansiosas, se posicionaram em pontos estratégicos da cidade. O motivo de tanto alvoroço surgiu imponente, no céu junto com os primeiros raios do sol. Exatamente às 6h45 min, segundo relatos da época, o ronco dos motores anunciou a chegada do LZ 127 Graf Zeppelin, uma das grandes maravilhas que a tecnologia humana havia conseguido criar até então. 
Um dos símbolos mais utilizados pela Alemanha nazista para convencer o mundo de seu poderio, o lendário dirigível significava muito mais que isso para as pessoas comuns, que o admiravam, como um ícone da modernidade. A noticia de que ele passaria por Blumenau, vindo de Buenos Aires rumo ao rio de Janeiro, se espalhou rapidamente dias antes. A população preparou até bandeirinhas para recepcioná-lo e o Zeppelin não decepcionou tanto empenho. Tornaram aqueles poucos instantes inesquecíveis.

O Graf Zeppelin surgiu sobre o Morro do Aipim (sentido Gaspar/Blumenau) e a cerca de 120 km/h sobrevoou o rio Itajaí-Açu. Para delírio dos observadores no solo (que o acenavam com gritos e bandeiras agitadas), quando estava bem no Centro da cidade o dirigível ficou parado no ar durante alguns minutos, antes de sumir da vista das pessoas no sentido das Itoupavas. Mas ele ainda voltaria a surpreender os blumenauenses. À noite, quando ninguém mais esperava, voltou a voar sobre a cidade, mas desta vez mais rápido, rumo a Itajaí. Ainda de acordo com relatos daquele dia, o vôo do Zeppelin provocou reações curiosas nos mais desavisados. Não foram poucos os casos de pessoas que se esconderam imaginando que o gigante no céu sinalizava o fim do mundo.

Dois anos mais tarde, no dia 1º dezembro de 1936, Blumenau receberia a rápida visita do dirigível Hindenburg (foto) da época, e que seis meses depois se incendiaria em pleno vôo sobre Nova Jersey, nos Estados Unidos. A tragédia iria antecipar a aposentadoria do Graf Zeppelin, que ainda passaria mais uma vez por Blumenau, em 1937, antes de fazer sua ultima viagem em 18 de novembro do mesmo ano.

Texto Carlos Braga Mueller, escritor e jornalista. 
A passagem por Blumenau dos dois maiores símbolos da conquista do espaço aéreo pelos alemães, o Graf Zeppelin e o Hindenburg, revelou a importância que esta região tinha aos olhos de Adolf Hitler, cujos sonhos de grandeza incluíam a conquista do Universo.
O sobrevôo sobre o Vale do Itajaí em 1934, diz a lenda, seria para mapear um terreno pelas bandas de Hansa-Hammonia (hoje Ibirama), onde Hitler pretendia construir seu "Ninho de Águia" no Brasil.
Alguém devia ter soprado ao Führer que, subindo as escarpas da Serra do Mar, o clima seria tão saudável quanto o dos Alpes, onde ele tinha o seu famoso bunker na Alemanha.
Para disfarçar a intenção, continua a lenda, o Comandante Hugo Eckener teria parentes em Hansa-Hammonia e foi divulgado então que ele aproveitou para vir saudá-los do alto. Realmente, passando por Blumenau o dirigível seguiu em direção ao médio e alto Vale do Itajaí. O que seria verdade ou mentira?
Certamente jamais saberemos ao certo. Os que viveram naquela época não estão mais aí para contar. E os arquivos nazistas foram confiscados e destruídos pelos aliados, que ganharam a guerra.
Minha tia Nitinha (Antonietta Braga) sempre me contava a emoção de ter acordado cedo para ver o grande charuto voador despontar por sobre o Morro do Aipim e depois sobrevoar Blumenau.

SITES COM MAIS INFORMAÇÕES SOBRE AS PASSAGENS DO ZEPPELIN E DO HINDENBURG PELO BRASIL

Graf Zeppelin em Blumenau em 1934
Foto Blog Adalberto Day

Hindenburg em Blumenau em 1936
Foto Blog Adalberto Day

Hindenburg em Blumenau em 1936
Foto Blog Adalberto Day

Hindenburg em Joinville em 1936
Foto Facebook

Dirigível em Joinville
Foto Facebook

Dirigível em Joinville
Foto Facebook